martes, 23 de septiembre de 2014

Mov.Fam.Cristiano de Brasil. EXPECTATIVA POR SINODO DE LA FAMILIA.

El  Presidente del Mov. Familiar Cristiano, nuestro amigo-hermano HELIO AMORIM  reflexiona:
O papa Francisco convocou o esperado Sínodo sobre os “Desafios Pastorais da Família no Contexto da Evangelização”. O instrumento de trabalho, com 27 páginas, resultou de ampla e corajosa consulta às bases da Igreja em todo o mundo, e está circulando no site do Vaticano em sete idiomas. É uma síntese extensa das respostas ao questionário enviado às bases da Igreja no final de 2013. O Movimento Familiar Cristão e outros organismos dos leigos brasileiros responderam com liberdade e sem restrições às 39 perguntas dessa consulta, com respostas enviadas à Nunciatura e à CNBB.

Sínodo cria expectativas inéditas
Helio Amorim
Assim, nas próximas semanas aportarão no Vaticano centenas de cardeais, bispos, teólogos e observadores leigos para um debate amplo das doutrinas e normas eclesiásticas sobre casamento, família, educação dos filhos, incluindo corajosamente questões nevrálgicas: divórcio e novo casamento, barreiras à participação de recasados na eucaristia, casamentos informais, uniões afetivas entre pessoas do mesmo sexo e outras realidades nesse campo, sempre a partir de uma conceituação mais humana do matrimônio no mundo moderno.
http://blog.cancaonova.com/felipeaquino/files/2012/10/CVII.jpg
O conceito cada vez mais difundido, mas ainda não acolhido pela Igreja, pode ser assim resumido: o casamento é um sacramento divino por ser a união de um homem e uma mulher que assumem sua relação de amor tomando como modelo a relação amorosa de Deus com todos os homens e mulheres: amor fiel, gratuito, responsável, construtivo, comprometido com o bem do outro. A ruptura desse vínculo referido ao amor de Deus pode decorrer de uma deterioração irreversível desse amor, que pode passar ao desamor ou a uma relação doentia de ódio e desprezo mútuo, deixando de ser portanto um sinal do amor de Deus, porque se transformou no seu oposto.
Assim, não subsiste esse matrimônio como sacramento. Uma segunda união pode vir a existir e consolidar-se com base numa nova e talvez mais madura relação de amor, mais verdadeira e adulta, referida efetivamente à relação com Deus, portanto, sacramento. Assim deve ser acolhido pela Igreja, como acolhido será pela família e seus amigos. Perde qualquer sentido a proibição de comungar, o que se configura como violência espiritual contra o novo casamento, como se fora o único pecado sem perdão. Os divorciados ouvirão mas não acolherão palavras bondosas do sacerdote, orientando à “comunhão espiritual” esperando consolar o excomungado para que suporte esse sacrifício.
Com a ajuda das ciências humanas e da pesquisa teológica, a Igreja vai revendo e reformulando essas concepções e interpretações da vontade de Deus, ainda ancoradas no passado, revisando suas doutrinas, reformulando seus ensinamentos, modificando suas práticas, revogando proibições e punições - e pedindo perdão, como fez João Paulo II no início do seu papado. Em suma, submetendo-se à inspiração divina sempre presente mas à qual tantas vezes a Igreja terá se fechado, ao longo dos tempos. Essa constatação deveria induzir a mais humildade dos formuladores das doutrinas e normas canônicas ou pastorais, e maior abertura à novidade que surge dos estudos dos teólogos e às interpelações dos cristãos leigos adultos que as questionam. É desses confrontos fraternos e construtivos que lentamente emerge a verdade, purifica-se a doutrina, humaniza-se a Igreja.
Frente a esses questionamentos, a reação da autoridade religiosa, em qualquer nível, ainda no passado recente, tem sido a ameaça de condenação, os expurgos, proibições de ensinar ou mesmo de falar em espaços controlados pela Igreja - nunca a análise franca e desarmada de argumentos e proposições inovadoras. Na verdade, deve-se reconhecer o muito que tem mudado nas doutrinas e práticas da Igreja, não apenas nas grandes mudanças ocorridas ao longo de séculos, mas nos tempos de uma vida. Os mais idosos vão se recordar das normas e disciplinas que lhes eram impostas e ensinadas em sua adolescência e juventude, nos excelentes colégios católicos que frequentaram - e que não sobreviveram a duas gerações.
Assim, permaneceremos abertos ao muito que seguirá mudando nos próximos anos e décadas, permitindo-nos relativizar as "certezas" que hoje se impõem. É claro que, como antes afirmado, tudo o que se refere ao amor e à justiça, à humanização e à esperança cristã, à caridade e à solidariedade humana, permanecerá como essência da mensagem evangélica. O resto é dinâmico e evolutivo, criações humanas sob influxo da cultura, entendimentos provisórios, sujeitos a revisões em vista do avanço das ciências e da reflexão teológica que nenhum autoritarismo impedirá.

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