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O diálogo da sexualidade
Helio Amorim*
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Muitos casais não têm
conseguido viver, em toda a sua amplitude, a alegria transbordante que
poderiam encontrar em suas relações sexuais. O amor que procuram exprimir não
foi capaz de resolver algumas dificuldades, muitas vezes nem identificadas com
nitidez. Talvez nunca tenham chegado a se conhecer o suficiente para compreender
e aceitar as peculiaridades psicológicas do outro e as características de sua
sexualidade.
Porque estas coisas são
muito pessoais e não obedecem a modelos, esse conhecimento profundo do outro é
essencial. Às vezes, as diferenças de educação e as cargas hereditárias — com
seus preconceitos e condicionamentos — criaram barreiras e bloqueios mais fortes
do que a boa vontade de vencê-los.
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Ou,
quem sabe, mentalidades diferentes os levem a interpretar muitas vezes de
modo errôneo, o sentido e o simbolismo dos gestos, das atitudes e dos
comportamentos do outro, no ato sexual ou na sua preparação.
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Por isso, a importância do
diálogo do casal, para expressões mais perfeitas da sexualidade. Um diálogo
tranquilo e descontraído, aberto e sincero, levaria à superação progressiva
dessas dificuldades. Na medida em que ambos se revelassem mutuamente, com
naturalidade, seus anseios ou frustrações, alegrias ou decepções. O silêncio
conformista e o mutismo amargo são imperdoáveis, nessas situações de
desencontros sexuais.
Muitos que viveram essa
alegria, em plenitude, numa fase gratificante de suas vidas, se perguntam hoje,
perplexos, o que lhes terá acontecido, tantas são as dificuldades que
encontram para restabelecer a harmonia abalada ou perdida.
Talvez descubram que
deixaram suas relações amorosas se desgastarem pela rotina, pelo cansaço dos
gestos repetidos e pela falta de atenção. Ou por excesso de preocupações e pela
dispersão de suas vidas entre tantos compromissos sociais e profissionais que
não souberam dosar ou hierarquizar.
Mas, vamos reconhecer: as
pressões que se exercem sobre o homem e a mulher são muito poderosas! Essas
pressões podem condicionar o homem, por exemplo, a viver uma sexualidade
empobrecida, que reduz o ato sexual a uma fria e apressada relação, comandada,
precipitadamente, pelo simples mecanismo dos sentidos e desligada de qualquer
conteúdo afetivo.
Não se sentindo envolvida
por um clima densamente amoroso, a esposa se sente manipulada, reduzida a
simples objeto sexual! E se mantém desinteressada e distante. Não é capaz de
viver intensamente a sua sexualidade sem conexão com a sua vida afetiva.
Por
isso, espera dele uma prolongada preparação psicológica e espiritual,
marcada pela ternura e pelos gestos que exprimem afeto e dedicação. E cujo
clímax natural será a expressão física sexual do amor conjugal.
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Estas e tantas outras
possibilidades de desencontros, são fruto de pressões psicológicas, sociais e
condicionamentos culturais que dificultam a construção de um autêntico encontro
interpessoal. Suas causas devem ser identificadas e analisadas, com humildade,
pelos que desejam, sinceramente, manter ou reconstruir o entusiasmo de viver e
a alegria de estarem juntos.
Naturalmente, o diálogo é
um grande instrumento nesta busca, talvez desgastado pela rotina da
convivência, portanto imperioso resgatá-lo para recuperar esse entusiasmo do
começo. Nunca é tarde para recomeços...
Instituto da Família – INFA, se voc
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