EDITORIAL
O Sínodo foi
o primeiro passo
Terminou em Roma,
neste outubro, o Sínodo Extraordinário sobre a Família, convocado pelo papa
Francisco. Este importante evento reuniu 200 bispos do mundo inteiro durante
duas semanas. Um documento base foi enviado a todos, com antecedência necessária
para a preparação de mentes e espíritos para o debate corajoso no Vaticano.
Esse documento
resultou de uma ampla e inédita consulta às bases, especialmente aos leigos de
todos os continentes, sobre os desafios à Igreja, dentre os quais os novos
perfis de família no mundo moderno. O tema será retomado no Sínodo Ordinário de
2015.
Há muitos problemas
no campo da família na vida da igreja, destacados no documento de consulta.
Transcrevemos apenas um parágrafo do documento:
"Hoje
perfilam-se problemáticas até há poucos anos inéditas, desde a difusão dos
casais de fato, que não acedem ao matrimônio e, às vezes, excluem esta própria
ideia, até as uniões entre pessoas do mesmo sexo, às quais não raramente é
permitida a adoção de filhos.
Entre as
numerosas novas situações que exigem a atenção e o compromisso pastoral da
Igreja, será suficiente recordar: os matrimônios mistos ou interreligiosos; a
família monoparental; a poligamia; os matrimônios combinados, com a consequente
problemática do dote, por vezes entendido como preço de compra da mulher; o
sistema das castas; a cultura do não comprometimento e da presumível
instabilidade do vínculo; as formas de feminismo hostis à Igreja; os fenômenos
migratórios e a reformulação da própria ideia de família; o pluralismo
relativista na noção de matrimônio; a influência dos meios de comunicação sobre
a cultura popular na compreensão do matrimônio e da vida familiar; as tendências
de pensamento subjacentes a propostas legislativas que desvalorizam a
permanência e a fidelidade do pacto matrimonial; a difusão do fenômeno das mães
de substituição ("barriga de aluguel”); e as novas interpretações dos direitos
humanos.
Mas,
sobretudo, no âmbito mais estritamente eclesial, o enfraquecimento ou abandono
da fé na sacramentalidade do matrimônio e no poder terapêutico da penitência
sacramental.”
Confirmaram-se no
Sínodo as divergências profundas entre os bispos, expostas nas duas semanas do
evento. Os leigos devem estar preparados para exercer a sua missão na
socialização nada tranquila de novas posturas da Igreja sobre família,
matrimônio, sexualidade, união estável de pessoas do mesmo sexo e outros temas
quentes, em discussões certamente inflamadas, ao longo do ano, na expectativa da
Assembleia dos bispos em 2015 que completará o trabalho iniciado neste
Sínodo.
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